O próprio
templo (naós), o santuário sagrado, situado no meio (katà méson keímenos),
era acessível por 12 degraus.
Em altura e em largura, a
sua fachada media 100 côvados.
Por trás, ele era 40 côvados
mais estreito: à frente, era como ombros, ultrapassando 20 côvados de um lado
e (20 côvados) do outro (par' hekáteron).
A sua primeira porta, com a
altura de 70 côvados e com a largura de 25, não tinha batentes: exprimia, com
efeito, o caráter boquiaberto do céu que não seria capaz de se fechar.
Toda a sua fachada era
revestida de ouro, e, pela abertura, de fora, podia-se ver quanto era vasto o
primeiro compartimento (o vestíbulo); e todo o brilhante dourado que
enquadrava a porta do fundo prendia o olhar.
Compreendendo o templo 2
tetos no interior, não se tinha diante de si senão o primeiro
compartimento (o vestíbulo): erguia-se de um só impulso a uma altura de 90
côvados; tinha 50 de comprimento e 20 de largura.
A porta manejada na
construção era inteiramente revestida de ouro, como acabo de dizer, tal como
todo o muro que a enquadrava. Era sobrepujada de parras de ouro donde pendiam
cachos do tamanho de um homem, [tendo o templo 2 tetos, no interior o
compartimento mostrava-se menos elevado que a sua vista exterior, e
ela tinha batentes dourados de 55 côvados de altura e 16 de largura.
Há
quem pretende situar o naós mais a norte ou mais a sul do centro da
esplanada. F. Josefo, que certamente o conhecia muito bem, situa-o no centro.
O 12.º degrau talvez fosse o
próprio limiar da entrada, com 5 CV de largura (Mid 4, 7).
Segundo F.
Josefo, o templo começou por ter uma base de 20 CV de altura, a qual teria sido
reduzida para 6 CV (Mid 4, 6). Por isso, inicialmente, cada degrau
ocuparia, apenas, uma largura e uma altura de 0,5 CV. No início, seriam 40
degraus (= 20 CV X 0,5 CV). Talvez mais tarde se tivesse alterado os degraus,
para a maior parte deles medir 1 CV de largura e alguns medirem 3 CV de
largura (Mid 3, 6). De facto, escadas de degraus em grupos são
frequentes nas construções herodianas. Parece ser um bom motivo para que os
compiladores da Mishnáh se lembrassem que os degraus eram 12, mais de
um século depois da destruição do templo.
Em
altura, media 100 CV mais a altura dos degraus. Se cada um dos 12 degraus
medisse 0,5 CV de altura, formando uma «sólida base de 6
côvados» (Mid 4, 6), o templo mediria 106 CV de altura. Na planta, o
templo tinha a forma de um T, medindo, por trás, 60 CV de largura (100 -
40 = 60; 60 + 20 + 20 =100). (Cf. Esd 6, 1-5). Como o interior do novo
vestíbulo do templo media 20 CV de largura, é de crer que a largura exterior da
fachada fosse de 32 CV.
Certamente
uma abertura em arco, entre 4 colunas (ou pilastras), como se vê em moedas
judaicas de 135 d. C. O naósteria, assim, uma fachada semelhante a um arco
de triunfo sem ático. Alguns entendem que não se deve interpretar
literalmente a representação do templo que essa moeda representa, afirmando que
entre as 4 colunas se vê a Arca da Aliança. Segundo essa interpretação, o que
parece um arco seriam os 2 querubins e as 2 bolinhas seriam as varas de
transporte da arca. No entanto, em antigas sinagogas, existem representações de
uma porta ladeada de colunas, podendo ter um véu à frente, e com um elemento
decorativo arqueado sobre ela.(Uma pintura da sinagoga de Dura Europus (séc.
III) é particularmente inequívoca, não lhe faltando, mesmo, os 2 pequenos círculos
decorativos).
O
primeiro compartimento, o vestíbulo ou Ulam, media o dobro da largura
do anterior, que era de 10 CV (1Rs 6, 3). A altura interior de 90 CV implica 10
CV para a cobertura (100 CV - 90). Os tetos do templo eram todos planos, de
madeira de cedro. É difícil imaginar uma cobertura tradicional em terraço com
10 CV de espessura (4, 44 m). Mais fácil é imaginar um telhado inserido dentro
desse espaço, com chapas metálicas ou com telhas, escondido pela parte superior
das paredes.
Como
o naós tinha 100 CV de altura, seria esteticamente lógico que a sua
porta tivesse 50 CV de altura. Ora, como o andar inferior tinha 60 CV de
altura, 55 CV são uma medida de consenso entre 50 CV e 60. Estes 55 CV de
altura incluíam, evidentemente, o que quer dizer que os batentes mediam 44 CV
de altura (4/5 X 55).
É possível que esta porta de
16 CV de largura tivesse 2 batentes dobráveis (4 + 4) + (4 + 4). (Cf.: 1Rs
6, 34; Ez 41, 23; Mid 4, 1). Se assim fosse, só seria necessário abrir os
batentes centrais, porque só por lá passava um sacerdote de cada vez.
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