sábado, 25 de janeiro de 2014

O Templo Segundo Flavio Josefo Parte 1

Aspeto Exterior do Templo – Quanto ao aspeto exterior, nada do que pôde impressionar o espírito e os olhos aí faltava.

Este edifício, recoberto de todos os lados de espessas placas de ouro, com os primeiros raios do sol nascente cintilava de reflexos de fogo, e, se teimasse em olhá-lo, fazia desviar os olhos, como raios solares.

Em todo o caso, para os estrangeiros que chegavam, parecia ao longe uma montanha coberta de neve, porque onde não era coberto de ouro, brilhava de brancura.

Sobre o seu topo (koruphé), erguia agulhas de ouro muito afiadas, para impedir que algum pássaro viesse aí pousar e sujá-lo. 

Alguns blocos que entraram na sua construção eram de 45 côvados de comprimento, 5 de altura e 6 de largura.

Seg. a Mishnáh, sobre o templo, devíamos contar 3 (ou 4?) CV para a balaustrada e 1 CV para o espantador de corvos(Mid 4, 6).

Estaria o cimo do templo coberto de «escovas» de agulhas, para os pássaros não pousarem lá as patas? Em todo o caso, essas agulhas não precisavam de medir 1 CV de altura (44,4 cm).

O Altar dos Holocaustos – Diante deste edifício, elevava-se o altar (bômós), com 15 côvados de altura e ocupando um espaço de 50 côvados de comprimento e de largura, formando um quadrado.  Erguia nos ângulos uma espécie de chifres. Subia-se lá do lado do sul por uma rampa em declive pouco acentuado. Tinha sido construído sem fazer uso do ferro e nunca o ferro o tocava.

O altar herodiano media, portanto, 10 vezes o comprimento e a largura e 5 vezes a altura do altar do templo portátil de Moisés. (Ex 27, 1-8; 38, 1-7).

O altar estaria situado sobre a Rocha Sagrada da atual Cúpula do Rochedo, porque os cálculos assim o exigem (1Sm 24, 18-25; 1Cr 21, 18-30; 22). Esta rocha (17, 70 m X 13, 50 m = ±40 CV X 30 CV) é considerada, pela tradição, aquela sobre a qual Abraão iria sacrificar Isaac (Gn 22, 1-19). Sob ela existe uma caverna, conhecida como Caverna dos Espíritos. Talvez fizesse parte do canal para escoar o sangue para o vale do Cédron (Mid 3, 2).

É possível que o altar, medindo 50 CV por 50 CV na base, se encolhesse em degraus de um côvado de largura em torno (Ez 43, 13- 27; Mid 3, 1).

 Ex 20, 24-26; Dt 27, 1-7; Js 8, 30-32. As pedras do altar seriam revestidas de reboco.
O Pátio dos Sacerdotes – Um gracioso parapeito de belas pedras, com cerca de um côvado de altura, cercava (periéstephe) o templo (naós) e o altar, e mantinha o povo afastado, separando-o dos sacerdotes. 

Com efeito, se toda a cidade era interdita aos homens atingidos de gonorreia e aos leprosos, os pátios do templo também o eram para as mulheres no tempo da menstruação; por outro lado, mesmo quando estavam purificadas, não lhes era permitido transpor o limite de que falámos mais acima. Os homens que não estavam absolutamente em estado de pureza eram excluídos do pátio interior, e, igualmente, os sacerdotes no decurso da purificação ritual.

Os homens que, mesmo sendo de família sacerdotal, não exerciam função litúrgica (ouk eleitoúrgoun), por causa de uma enfermidade, mantinham-se com os sacerdotes válidos no interior do parapeito e recebiam as partes dos sacrifícios que lhes competiam por direito de nascimento, mas não usavam o traje de todos, porque só o que presidia usava o traje sagrado. 

 Cf.: Mid 2, 6; 5, 1-2; Ez 42, 13-14; 44, 17-19; 2Cr 4, 9.

Isto quer dizer, claramente, que o átrio dos sacerdotes era cercado pelo átrio dos (outros) homens. O espaço entre a êxedra da Porta Coríntia e o átrio dos sacerdotes poderia ser de 11 CV, mas o átrio dos homens mediria 200 CV no sentido N – S. O átrio dos sacerdotes poderia medir 135 CV de largura no sentido N – S; todavia 176 CV de comprimento são inconciliáveis com os dados de Josefo. O átrio dos sacerdotes não ocuparia um espaço inferior ao átrio interior que antes existia (200 CV), porque o Antigo Testamento chama «átrio dos sacerdotes» ao átrio interior. (2Cr 4, 9; Ez 44, 15-19). Se seguirmos o argumento da harmonia clássica, o átrio dos sacerdotes teria 215 CV de comprimento: os 200 CV de comprimento do átrio anterior + 15 CV atrás do templo, para que este último estivesse alinhado com as êxedras.

É impensável que, no centro de uma esplanada muito maior do que F. Josefo diz, se situassem átrios tão acanhados como os descritos pela Mishnáh!
 Lv 21, 17-23.

Os Paramentos Sacerdotais – Ao altar e ao templo, os sacerdotes em estado de pureza subiam vestidos de linho fino. Abstinham-se rigorosamente de vinho puro, por escrúpulo religioso para não se exporem a transgredir a mais pequena prescrição da liturgia (leitourgía). 

O sumo sacerdote subia com eles; não todos os dias, mas só nos sétimos dias, nas neoménias e em todas as festas nacionais ou solenidades em que, cada ano, todo povo se junta.

Quando ele presidia, escondia as suas coxas até ao baixo ventre por um calção. Usava uma roupa interior de linho e, por cima, uma túnica violeta descendo até aos pés, roupa tapada e guarnecida de franjas, no fundo das quais estavam suspensas campainhas de ouro que alternavam com romãs, simbolizando as campainhas o trovão e as romãs o relâmpago.

A presilha de tecido que servia para fixar esta vestimenta ao peito consistia em 5 faixas de tapeçaria de cor diferente: ouro, púrpura, escarlate, com linho fino e violeta, de que eram tecidos, como vimos, os véus do templo.

Trazia um efod, apresentando este mesmo jogo de cores, com mais ouro ainda. Esta peça tinha a forma de uma couraça, agrafada por 2 fíbulas de ouro, entre as quais estavam engastadas grandes e belas sardónicas gravadas com os nomes dos epónimos das tribos da nação. Do outro lado, estavam fixadas 12 outras pedras, dispostas em 4 filas de 3: sardónica, topázio, esmeralda, rubi, jaspe, safira, ágata, ametista, rubelite, ónix, berílio, crisólito, em cada uma das quais estava escrito, igualmente, o nome de um epónimo.

O sumo sacerdote tinha a cabeça coberta com uma tiara (tiára) de linho fino, bordada com uma risca violeta, e cercada com uma outra coroa, em ouro, que trazia, em relevo, as letras sagradas: são 4 vogais (phônêenta).  Não trazia este paramento constantemente (usava um mais simples), mas somente cada vez que ele tinha de penetrar no ádito (=o inacessível).  Ora, ele não entrava lá senão uma vez por ano, sozinho, no dia em que é uso todos os Judeus jejuarem em honra de Deus.

A respeito da cidade, do templo, dos usos e das leis que se relacionam, falaremos com mais precisão um vez mais, porque resta ainda muito a dizer sobre estes assuntos.

 YHWHYHWH (Yahwéh). Para um ouvido grego, esta palavra soaria como se só tivesse vogais.

 Ex 28; 39, 1-31.

 No Dia das Expiações (Lv 16).

A Fortaleza Antónia – A torre Antónia estava situada no ângulo de dois pórticos do primeiro pátio do templo, o pórtico de oeste e o pórtico do norte.

Estava construída sobre um rochedo (pétra) de 50 côvados de altura, a pique de todos os lados.  Era uma construção do rei Herodes, onde ele mostrou particularmente a magnificência natural do seu génio.

Para começar, o rochedo, desde a sua base, foi recoberto de placas de pedras lisas, para embelezar, mas também para que, escorregasse quem quer que tentasse escalá-lo ou descê-lo.

Além disso, havia à frente do próprio edifício da torre um muro de 3 côvados, e era no interior deste muro que se elevava, até uma altura de 40 côvados, toda a superestrutura da Antónia.
No interior, apresentava o espaço e a disposição de um palácio régio (basíleion). Dividia-se em toda a espécie de salas para todos os usos: peristilos e banhos, com vastos salões; de tal forma que, tendo todas as comodidades, se assemelhava a uma cidade, mas, pela sua riqueza, era um palácio.

No conjunto, apresentava o aspeto de uma torre, mas nos ângulos destacavam-se 4 outras torres, 3 das quais mediam 50 côvados de altura; mas a que, ao sul, estava situada no ângulo oriental, media 70,  de maneira que, da sua altura, se podia ter uma visão de conjunto do santuário.
No sítio em que ela se ligava aos pórticos do santuário, tinha, para atingir cada um deles, escadas por onde os guardas desciam; porque uma coorte romana montava guarda permanente na Antónia e, nos dias de festa, os soldados, armados em torno dos pórticos, vigiavam o povo para prevenir qualquer desordem. 
Com efeito, se o templo dominava a cidade como uma fortaleza, a Antónia, por sua vez, dominava o templo, e era nela que se encontravam os guardiães dos três ao mesmo tempo. Quanto à cidade alta, a sua própria fortaleza era o palácio de Herodes.
A colina de Bezetha era separada da Antónia, como disse. A mais alta de todas as colinas era contígua a uma parte da cidade nova e, do lado do norte, a única a esconder a vista do templo.
(B. J. V, 184 - 246)
 O rochedo sobre o qual assentava a torre Antónia é em forma de bota (L), com o comprimento O - E de 115 m, as larguras de 35 m a O e de 42 m a E, e a altura de 9 m (11 m no máximo). A norte deste rochedo encontra-se a piscina Struthion (andorinha). Existem vestígios do fosso que cercava a fortaleza junto ao muro de 3 CV.
O rochedo pode ter tido 50 CV de altura (22,2 m), ou ter sido completado com pedras até essa altura. O ângulo interno desse rochedo em forma de bota (L), alinhado com o ângulo NO do recinto do templo, não é um ângulo reto. John Wilkinson (Jerusalém Anno Domini, Op. cit., p. 58-63) é da opinião de que o lado norte da fortaleza Antónia estaria ligado ao ângulo NE do templo por um muro paralelo ao muro do sul do templo. Baseia-se em dois argumentos: Josefo diz, ao falar do períbolo exterior do templo, «o seu desenvolvimento completo, compreendendo a (torre) Antónia, formava um circuito de cerca de 6 estádios, e existe uma rua nesse local, paralela ao muro do sul do templo, a qual não existia nessa época.
A torre mais alta, no ângulo SE da fortaleza, não estaria sobre o rochedo, mas sobre uma plataforma, intercetando o pórtico N do templo, porque Herodes construiu um passagem subterrânea desde a torre Antónia até à porta oriental do períbolo interior do templo, Foi, todavia, encontrado um túnel, conhecido como canal asmoneu, desde a piscina Struthion, mas que não deve ser aquele de que Josefo fala.
A função da piscina Struthion poderia ser a de intercetar a passagem para uma porta a N da fortaleza, através de uma ponte levadiça, mas parece demasiadamente longa para tal efeito (53 m X 15 m). Foi pelo meio desta piscina que os Romanos atacaram e destruíram a fortaleza, o que sugere a existência da tal porta com uma ponte levadiça (B. J. 5, 467).
Josefo não diz se a torre Antónia tinha ameias e merlões. Por paralelismo com outras fortificações por ele descritas, é natural que existissem e que se devessem somar à altura que ele indica para este castelo e para as 4 torres dos ângulos.
O Heródion também tinha uma torre mais alta que as outras 3.
Foi destas escadas que S. Paulo, acabado de ser preso pelo tribuno, falou aos Judeus (At 21, 34-40).
Há quem duvide da expulsão dos vendilhões do templo (Mt 21, 12-13; 26, 61; Mc 11, 15-17; 14, 58; Lc 19, 45-46; Jo 2, 13-25), com o pretexto de que os soldados que rodeavam os pórticos exteriores não permitiriam que Jesus causasse tal distúrbio. (Ressuscitar mortos é muito mais complicado!) Convém, no entanto, não esquecer que os pórticos exteriores só foram terminados em 64 d. C. O único pórtico exterior referido nos Evangelhos e nos Atos dos Apóstolos, dando a entender que estava concluído, é o pórtico oriental, chamado «Pórtico de Salomão.
Espessura do Muro do Templo. As Salas do Tesouro
Alguns dos sacerdotes (...) refugiaram-se sobre o muro (do templo), de 8 côvados de largura, aí permaneceram. (...)
...as salas do Tesouro (gazophulákia), onde estavam guardadas riquezas imensas, inúmeras vestes e todos os tipos de ornamentos e, para ser breve, toda a opulência da nação judaica, porque os ricos tinham transportado para aí os objetos preciosos de suas casas.
(B. J. VI, Cap. V, 1-2)
A Mishnáh fala de 12 (ou 14?) salas, em torno do templo (naós), mas com funções diferentes.
A Corrente de Ouro de Agripa

A corrente de ouro que Caio lhe tinha dado e que pesava tanto como a de ferro com que tinham sido presas as suas mãos régias, monumento do seu triste infortúnio e ao mesmo tempo testemunho da sua melhor sorte, foi suspensa no interior dos períbolos sagrados, por cima da caixa das esmolas (gazophulákion).
(A. J. XIX, Cap. VI, 1)
 A Mishnáh fala de 13 caixas de esmolas em forma de trombetas, (estreitas por cima e largas por baixo,) colocadas no átrio das mulheres. Se assim eram, só poderiam estar debaixo dos pórticos deste átrio, frente às respetivas salas do Tesouro. (Mc 12, 41-44; Lc 21, 1-4: o óbolo da viuva). Cf.: «Quando deres esmola, não trombeteies (mê salpisês) em público, nas sinagogas e nas ruas, como fazem os hipócritas para serem glorificados pelos homens» (Mt 6, 2).
A Porta Coríntia

A porta oriental do interior (do santuário) era de bronze e tão pesada que 20 homens tinham grande dificuldade em fechá-la ao anoitecer. Era fechada por ferrolhos de ferro e munida de fechos muito profundos que entravam num limiar de uma única pedra.
(B. J. VI, Cap. 5, 3)
A Porta do Cântico da Mishnáh (Mid 2, 6)? A Porta Bela de At 3, 1-3 
O Templo

No 18.º ano do seu reino,  após ter feito tudo o que precede, Herodes abordou uma empresa considerável: a reconstrução do templo de Deus. Queria aumentar o períbolo e a altura do edifício para o tornar mais imponente. Pensava, com razão, que esta obra seria a mais notável de todas aquelas em que ele tivesse trabalhado e que seria suficiente para lhe assegurar uma glória eterna. (...) Convocou, pois, os habitantes e falou-lhes nestes termos: -«(...) O nosso templo atual foi elevado em honra do Deus Omnipotente pelos nossos pais, no seu retorno da Babilónia, mas faltam-lhe em altura 60 côvados para atingir as dimensões que tinha o primeiro templo, o que foi construído por Salomão (...).
(Herodes) mandou preparar 1000 carroças para transportar as pedras; escolheu 10 000 operários dos mais experientes; comprou para 1000 sacerdotes paramentos sacerdotais (?), ensinou a uns a profissão de pedreiro, a outros a de carpinteiro; e com todos estes preparativos assim cuidadosamente acabados, pôs mãos à obra.
(A. J. XV. 12, 1-2)
 20 ou 19 a. C.
O Templo Propriamente Dito (Naós) – Após ter demolido as antigas fundações, lançou novas, sobre as quais elevou o templo,que media 100 côvados de comprimento (e de largura),  e mais 20 em altura (= 120 côvados), excedente que desapareceu mais tarde em consequência de um afundamento das fundações, com o tempo; tinha-se decidido, no tempo de Nero, reerguê-lo.
O templo foi construído em pedra branca muito dura, medindo cada bloco 25 côvados de comprimento, 8 de altura e cerca de 12 de espessura.
Tanto no templo como no Pórtico Régio (basíleion stoê), as partes laterais eram menos altas e a construção do meio mais elevada. Era visível a muitos estádios de distância, pelos habitantes do campo, sobretudo pelos que estavam à frente ou avançavam nesta direção.
As portas de entrada (do templo), juntamente com o lintel, tão altas como o próprio templo, foram ornadas de cortinas coloridas, oferecendo à vista flores tingidas de púrpura e colunas inseridas. Por cima das portas, até aos cimos (=arquitraves) do muro, havia uma vinha de ouro, com cachos pendentes, maravilha de grandeza e de arte, e na qual a fineza do trabalho disputava a riqueza do material. 
(A. J. XV. 12, 3
Cf.: Ez 41, 13-15. Mid 4, 6.
Como o novo vestíbulo (Ulam) passou a medir 20 CV de largura, o dobro do anterior, nos 100 de comprimento do novo templo (naós) não se pode contar a largura das celas de trás. O comprimento total, contando com estas, seria, muito provavelmente, de 112 CV, segundo os nossos cálculos, da seguinte forma: 1 CV para a espessura das pilastras da fachada, 5 CV para a espessura do muro oriental do vestíbulo, 20 CV para a largura do vestíbulo, 6 CV para a espessura do muro da porta, 60 CV para o comprimento interior do naós (Hekal e Debir), 8 CV para a espessura do respetivo muro, 2 para os suportes das traves das celas laterais, 5 CV para a largura das mesmas celas e 5 CV para a espessura do respetivo muro exterior. Os 32 CV que a Mishnáh atribui ao altar nada mais podem ser do que as medidas da largura da fachada: como Josefo diz que o muro do templo media 8 CV de espessura, 100 - 8 (largura do muro) - 60 = 32!
De acordo com a descrição de F. Josefo, a altura do templo herodiano era, inicialmente, de 120 CV, mas parte da base de 20 CV foi encoberta «mais tarde em consequência de um afundamento das fundações, com o tempo». O que quer que tenha acontecido só se explica se admitirmos que o templo não estava situado sobre a atual rocha sagrada, mas a ocidente desta.
Segundo B. J. V, o véu tinha as mesmas medidas que a porta (55 CV por 16 CV). Dentro da lógica da arte greco-romana, os 55 CV incluíam o lintel (entablamento) da porta, cujos batentes em conjunto mediriam 44 CV de altura (= 4/5 X 55 CV) e 16 CV de largura. O véu media 55 CV por 16 CV, cobrindo a parte central do lintel. As «colunas tecidas» (adossadas) seriam duas colunas (ou pilastras) esculpidas na parede, uma de cada lado da porta, suportando o entablamento desta, conforme se vê em antigas representações do templo.
«A primeira abertura», que não tinha batentes, de 70 CV de altura por 25 CV de largura, teria um remate em arco ligeiramente alteado, preenchendo o espaço entre 55 CV e 70 CV, conforme sugerem a lógica da arte romana, as medidas fornecida por F. Josefo e as moedas que representam a fachada do templo, emitidas em 135 d. C. (60 anos após a destruição deste). Estas últimas moedas também apresentam 4 colunas (ou pilastras) na fachada do templo, 2 de cada lado de uma abertura em arco, e seria difícil imaginar a sua fachada de outra maneira, perante os dados aqui apresentados.

A vinha de ouro é situada, por F. Josefo, acima da porta e debaixo das arquitraves do interior do primeiro compartimento, aberto, o vestíbulo ou Ulam, o qual tinha 90 CV de altura, 50 CV de comprimento e de 20 CV de largura. Esta vinha talvez fosse em forma de arabescos, situados nas quatro paredes interiores desse primeiro compartimento, desde os 55 CV da porta para cima. A vinha de ouro teria, pois, 25 CV de altura (= 4/5 X 100 CV, das arquitraves para baixo, -55 CV da altura da porta). (Cf.: Mid 3, 8).

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