domingo, 26 de janeiro de 2014

O CASTELO HERÓDION, PERTO DE BELÉM

Os Dois Heródions 

Mas, se ele assim fez passar à eternidade os seus próximos e os seus amigos, também não negligenciou o cuidado da sua própria memória: restaurou as fortificações de um lugar situado na montanha do lado da Arábia, e chamou-o com o seu próprio nome, Heródion, enquanto a colina artificial, em forma de mama, a 60 estádios de Jerusalém, recebeu dele o mesmo nome, mas ele pôs mais requinte a embelezá-lo. Foi assim que ele cingiu o cume com torres redondas e guarneceu toda a cerca com luxuosos apartamentos régios; de tal forma que não somente os edifícios ofereciam um espetáculo magnífico, por dentro, mas também a riqueza estava espalhada em profusão em revestimentos exteriores dos muros, em ameias e em coberturas.

Fez vir de longe, com grandes despesas, toda a água necessária. Arranjou o acesso do palácio por uma escada de 200 degraus de um mármore muito branco, porque a elevação era considerável e inteiramente artificial.

Ao pé da colina, construiu outros edifícios régios, aptos à intendência e ao alojamento dos seus amigos; de tal forma que este reduto, pelo facto de ser provido de tudo, dava a impressão de uma cidade, mas pelo seu perímetro restrito, a de um palácio.

(B. J. Liv. I, 419 - 421)

Este Heródion, situado nos confins da Arábia, continua não identificado.

Construído como recordação da sua vitória sobre os Judeus aliados dos partos, a alguns quilómetros a SE de Belém, e bem visível desta mesma cidade. Herodes foi sepultado neste Heródion.

A gruta tradicionalmente considerada como sendo o local do nascimento de Jesus situa-se na extremidade oriental do topo de uma colina virada para o Heródion. É uma gruta cavada na rocha, medindo 12 m de comprimento no sentido E-O, 4 de largura e 3 de altura. A manjedoura é assinalada a SE, numa pequena reentrância.

O Heródion, segundo o que as escavações mostram, era um castelo redondo, situado no topo de uma montanha redonda. Consistia em duas muralhas paralelas, uma dentro de outra, circulares, ligadas entre elas por vários andares de dependências, e 4 torres redondas em torno, orientadas para os 4 pontos cardeais. Das 4 torres, 3 eram baixas, talvez da altura das muralhas duplas, e semicirculares, enquanto a torre oriental, circular, era alta. No interior do castelo, havia mais dependências, incluindo uma sala de 4 colunas, um balneário e um peristilo retangular, de 27 m de comprimento (= 60 CV) no sentido N -- S, encostado à torre oriental, provido de 2 êxedras, uma em cada extremidade, com 2 colunas cada uma. Supõe-se que as muralhas duplas e as três torres semicirculares tivessem 4 ou 5 andares, 3 deles metidos dentro da colina artificial; e que a torre circular, a E, tivesse mais 3 ou 4 andares acima dos 4 ou 5 do resto do castelo. Os compartimentos interiores certamente não ultrapassavam a altura do andar inferior.

(A. J.)

Após o seu casamento, construiu uma nova fortaleza no lugar onde tinha vencido os Judeus, que ele tinha expulso enquanto Antígono se encontrava no poder.

Este lugar é distante de Jerusalém cerca de 60 estádios; é naturalmente forte e presta-se admiravelmente a tal destino. É, com efeito, uma colina muito alta, erguida artificialmente e apresentando, no seu conjunto, a forma de uma mama. De intervalo a intervalo encontram-se torres redondas. Sobe-se até lá por uma escada íngreme, contando cerca de 200 degraus de pedra polida. No interior, encontram-se apartamentos régios luxuosos, tão bem organizados para a defesa como para a beleza. No sopé da colina, foram executados trabalhos notáveis, nomeadamente pela conduta da água, de que o lugar era desprovido, e que foi trazida de longe com grandes custos. As construções erguidas no sopé da colina, que lhe servia de acrópole, não eram menores em importância a nenhuma cidade.

(A. J. Liv. XV, IX. 323 - 325)

A GALILEIA 

As Duas Galileias

Há 2 Galileias, chamadas, respetivamente, a Alta e a Baixa. São cercadas pela Fenícia e pela Síria. A ocidente, são delimitadas pelos confins do território de Ptolemaide e pelo Carmelo, montanha que pertencia outrora aos Galileus e agora aos habitantes de Tiro. No Carmelo confina-se Gaba, «Cidade dos Cavaleiros», assim denominada pelo facto de os cavaleiros licenciados pelo rei Herodes se terem estabelecido aí.

A sul, o seu limite é a Samaria e Sitópolis, até às águas do Jordão.

A oriente, é limitada pelos territórios de Hipos, de Gadara e da Gaulanítide. Deste lado, é a fronteira do reino de Agripa.

A norte, a Galileia é limitada por Tiro e pelo território dos habitantes de Tiro.

O que se chama a «Baixa Galileia» estende-se em comprimento de Tiberíades a Zabulão, de que é vizinha Ptolemaide no litoral. Em largura, estende-se desde a aldeia chamada Xalot, situada na Grande Planície, até Bersabeia, onde começa a Alta Galileia, que se estende em largura até à aldeia de Baka. Esta aldeia limita o território dos habitantes de Tiro. Em comprimento, a Alta Galileia vai de Tela, aldeia próxima do Jordão, até Merot.

Com uma extensão tão limitada, e cercadas de tantas nações estrangeiras, as duas Galileias resistiram a toda um série de agressões, porque os Galileus foram sempre valentes no combate, desde a infância, e sempre numerosos. A cobardia nunca afetou os homens, nem a falta de homens ao país.

O solo é, por todo o lado, tão fértil, tão rico em pastagens, todo plantado de árvores tão variadas, que o homem que não tivesse o menor gosto pelo trabalho da terra seria incitado a ele por estas facilidades. Da mesma forma, o solo tem sido explorado pelos seus habitantes em toda a sua extensão, sem que alguma parcela ficasse em pousio. Por outro lado, aí as cidades são próximas e a população das aldeias é, por todo o lado, de uma densidade elevada, devida à fertilidade do solo, de tal forma que a mais pequena cidade conta mais de 15 000 habitantes. 

(B. J. III, 35 - 43)

 Baka – Hoje, el Buqei´a.

Tela – Hoje, et-Teleil.

Melon fica a cerca de 5 km a sul de Giscala.

Exagero evidente!

Nazaré não é referida nos escritos de Josefo, nem no Antigo Testamento, nem no Talmud, o que indica tratar-se de uma povoação muito insignificante naquela época, (Jo 1, 46) com a sua sinagoga (Mt 13, 53-58; Mc 6, 1-6; Lc 4, 16-30).


O Reino de Agripa

O território deste reino começa na cordilheira do Líbano e nas fontes do Jordão para se estender em largura até ao lago de Tiberíades, e, em comprimento, da aldeia chamada Arfas até Júlias  É habitado por uma população mesclada de Judeus e de Sírios.

Fizemos, assim, conhecer, o mais brevemente possível, a configuração do país dos Judeus e das regiões circundantes.

(B. J. III, 57 - 58)

A localização de Arfas é incerta. Júlias situava-se a norte do lago de Tiberíades.

PANEIAS 

(Cesareia de Filipe) 


Depois de ter acompanhado César até ao mar, Herodes, de volta, elevou-lhe, nas terras de Zenodoro, um templo magnífico em mármore branco, perto do lugar que se chama Paneias. 

Existe, neste lugar da montanha, uma gruta encantadora, por cima da qual se abre um precipício e um abismo inacessível, cheio de água parada. Por cima, ergue-se uma alta montanha. É nesta gruta que o Jordão tem a sua nascente.

Herodes quis acrescentar a este admirável sítio o ornamento de um templo, que dedicou a César.

(A. J. XV, Cap. X, 3. 363 - 364)

É o templo que figura, com um frontão sobre quatro colunas, nas moedas do tetrarca Filipe, filho de Herodes.

Mt 16, 13 e Mc 8, 27 chamam a esta cidade Cesareia de Filipe.

CRIAÇÃO DE CIDADES PELOS TETRARCAS HERODES E FILIPE

Depois de ter liquidado os bens de Arquelau e terminado o recenseamento, que teve lugar no trigésimo sétimo ano após a derrota de António por César, em Áccio, Quirino despojou da sua dignidade Joazar, o grande pontífice, contra quem o povo se tinha revoltado, e substituiu-o por Anás, filho de Set.

Herodes (Antipas) e Filipe tinham tomado posse das suas tetrarquias.

Herodes (Antipas) fortificou Séforis, adorno de toda a Galileia, e chamou-a Autocratóris (Imperial). Da mesma forma, após ter cercado de muralhas Betaranfta, outra cidade, chamou-a de Júlias, segundo o nome da imperatriz.

Por seu lado, Filipe, tendo reorganizado Paneias, na fonte do Jordão, chamou-a de Cesareia (de Filipe), enquanto a vila de Betsaida, situada perto do lago de Genesaré, foi elevada por ele à dignidade de cidade, por causa do número dos seus habitantes, e recebeu o mesmo nome de Júlias, em honra da filha do imperador.

(A. J. XVIII, Cap. II, 1. 26 - 28)

O LAGO DE GENESARÉ E O RIO JORDÃO

O lago de Genesaré deve o seu nome ao território que o torna vizinho. Mede 40 estádios de largura e 140 de comprimento. É, no entanto, um lago de água doce e muito boa para beber. Tem uma água mais leve que a água espessa das lagoas.

É um lago limpo, cercado de todos os lados por praias e areia. Além disso, a água que se colhe dele é temperada, mais agradável que a de um ribeiro ou de uma fonte, mas continua sempre mais fresca do que seria de esperar com a extensão deste lago.

Esta água não é inferior à neve, quando exposta à corrente de ar, como têm costume de fazer, no verão, durante a noite, as pessoas do país.

As variedades de peixes que aí se encontram diferem das de qualquer outro lado, tanto no gosto como na forma.

O lago é cortado ao meio pelo Jordão, que, aparentemente, tem a sua nascente no Paneias, mas é conduzido até aí, escondido debaixo da terra, desde a fonte chamada Fialé. Esta fonte está situada a cento e vinte estádios de Cesareia,quando de sobe na direção da Traconítide, a pouca distância do caminho, do lado direito. Segundo a etimologia, tira o seu nome de Fialé da sua configuração, porque é um lago em forma de roda. A água enche-o sempre até ao cimo, sem nunca baixar nem transbordar.

Até aqui, ignorava-se que o Jordão partia de lá, e foi Filipe, tetrarca da Traconítide, que forneceu a prova: tendo deitado bocados de palha no lago de Fialé, encontrou-os restituídos no Paneias, onde os antigos achavam que o rio tinha a nascente.

A beleza natural de Paneias foi realçada pela munificência régia, tendo-o Agripa ornado às suas custas. O Jordão começa o seu curso visível a partir desta gruta, depois quebra os pântanos e as águas estagnadas do lago Semeconítide, percorre ainda 120 estádios, e, após a cidade de Júlias, passa no meio do lago de Genesaré, donde, após ladear um grande deserto, desemboca no lago Asfaltite.

Ao longo do lago de Genesaré, estende-se uma campina com o mesmo nome, admirável pela sua beleza natural. Graças à sua fertilidade, este solo não recusa nenhuma plantação. Os agricultores fazem lá brotar de tudo e a feliz composição do ar convém mesmo às espécies mais diferentes. Assim, as nogueiras, essência que tolera melhor os climas rigorosos, prosperam infinitamente neste país de palmeiras, que vivem do grande calor, a figueiras e a oliveiras, que se conciliam mais com ele, para as quais se prescreve um clima mais doce. Dir-se-ia que a Natureza colocou o seu ponto de honra neste alternar de forças de juntar num único lugar as essências incompatíveis e de provocar as estações numa bela rivalidade, onda cada uma faz valer os seus direitos sobre este território. De facto, a região não só produz, contra toda a esperança, os frutos mais diversos, mas fá-los durar. Assim, estes reis dos frutos, as uvas e os figos, ela fornece-os durante 10 meses sem interrupção; os outros frutos, durante todo o ano, amadurecem lá sobre a árvore. É que, além do seu ar temperado, é regada por uma fonte muito fertilizante.  As pessoas do sítio dão-lhe o nome de Cafarnaum. Alguns pensaram que era uma ramificação do Nilo, já que produz uma espécie de peixes análoga ao coracim do lago de Alexandria. Este território estende-se na margem do lago do mesmo nome, num comprimento de 30 estádios e numa largura de 20.

Tal é a natureza destas paragens.

(B. J. III, 506 - 521)

Na realidade, o lago de Genesaré (lago de


Nenhum comentário:
Write comentários

Postagens mais visitadas


contador de visitas

Postagens mais Recentes

Follow Us

Music BlogsPageRank
eXTReMe Tracker