segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Angeologia Parte 12 - Anjos Maus



Os anjos foram criados perfeitos e sem pecado, e como o homem dotado de livre escolha. Sob a direção de Satanás, muitos pecaram e foram lançados fora do céu (2 Pe 2:4; Jd 6). O pecado, no qual eles e seu chefe caíram foi o orgulho. Alguns tem pensado que a ocasião de rebelião dos anjos foi a revelação da futura encarnação do Filho de Deus e a obrigação deles o adorarem.

Segundo as Escrituras, os anjos maus passam o tempo no inferno (2 Pe 2:4) e no mundo, especialmente nos ares que nos rodeiam. (Jo 12:31; 14:30; 2 Co 4:4; Ap 12:4,7-9). Enganando os homens por meio do pecado, exercem grande poder sobre eles (2 Co 4:3,4; Ef 2:2; 6:11,12); este poder está aniquilado para aqueles que são fieis a Cristo, pela redenção que ele consumou (Ap 5:9; 7:13,14).

Os anjos não são contemplados no plano da redenção (1 Pe 1:12), mas no inferno foi preparado o eterno castigo dos anjos maus (Mt 25:41).
Os anjos maus são empregados na execução dos propósitos de Satanás, que são opostos aos propósitos de Deus, e estão envolvidos nos obstáculos e danos contra a vida espiritual e o bem estar do povo de Deus.

1. A queda dos anjos

1.1- O fato da sua queda 

Tudo nos leva a crer que os anjos foram criados em estado de perfeição. No capitulo 1º de Gênesis, lemos sete vezes que o que Deus havia feito era bom. No ultimo versículo deste capitulo lemos "Viu Deus tudo o quanto fizera, e eis que era muito bom". Isso certamente inclui a perfeição dos anjos em santidade quando originalmente criados. Algumas pessoas acham que Ez 28:15 se refere a Satanás. Se for assim, ele é definitivamente mostrado como tendo sido criado perfeito. Mas diversas passagens mostram alguns dos anjos como maus (Sl 78:49; Mt 25:41; Ap 9:11; Ap 12:7-9). Isto se deve ao fato de terem deixado seu próprio principado e habitação apropriada (Jd 6) e pecado (2 Pe 2:4). Não há duvida que Satanás tenha sido o chefe da apostasia. Is 14:12 e Ez 28:15-17 parece lamentar a sua queda.

1.2- A época de sua queda 

Nas Escrituras não há referência de quando ocorreu a queda dos anjos, mas deixa claro que se deu antes da queda do homem, já que Satanás entrou no jardim na forma de serpente e induziu Eva a pecar (Gn 3).

1.3- A causa de sua queda. 

De acordo com as Escrituras o universo e a criatura eram originalmente perfeitos. A criatura tinha originalmente a capacidade de pecar ou não. Ela foi colocada na posição de poder fazer qualquer uma das duas coisas sem ser obrigada a optar por uma delas. Em outras palavras, sua vontade era autônoma.
Portanto, conclui-se que a queda dos anjos se deu devido a sua revolta deliberada e auto determinada contra Deus. Grande prosperidade e beleza parecem ser apontadas como possíveis causas. Em Ez 28:11-19, o rei de Tiro parece simbolizar Satanás e diz-se que ele caiu devido a essas coisas.
Ambição desmedida e o desejo de ser mais que Deus parecem ser outra causa. O rei da Babilônia é acusado de ter essa ambição, ele também parece simbolizar Satanás (Is 14.13-14).

Em qualquer um dos casos o egoísmo, descontentamento com aquilo que tinha e o desejo de ter tudo o que os outros tinham, foi a causa da queda de Satanás e de outros anjos que o seguiram.

1.4- O resultado de sua queda 

Todos eles perderam a sua santidade original e se tornaram corruptos em natureza e conduta (Mt 10:1; Ef 6:11-12; Ap 12:9);
Alguns deles foram lançados no inferno e estão acorrentados até o dia do julgamento (2 Pe 2:4);

Alguns deles permanecem em liberdade e trabalham em definida oposição à obra dos anjos bons (Ap 12:7-9; Dn 10:12,13,20,21; Jd 9);
Pode também ter havido um efeito sobre a criação original. A terra foi amaldiçoada ao pecado de Adão (Gn 3:17-19) e a criação está gemendo por causa da queda (Rm 8:19-22). Não é improvável, portanto, que o pecado dos anjos tenha tido algo a ver com a ruína da criação original no capítulo 1º de Gênesis;
Eles serão, no futuro, atirados para a terra (Ap 12:8-9), e após seu julgamento (1 Co 6:3), no lago de fogo e enxofre (Mt 25:41; 2 Pe 2:4; Jd 6).

2. Os demônios 

As Escrituras não descrevem a origem dos demônios. Essa questão parece ser parte do mistério que rodeia a origem do mal. Porém, as Escrituras dão claro testemunho da sua existência real e de sua posição (Mt 12:26-28). Nos Evangelhos aparecem os espíritos maus desprovidos de corpos, que entram nas pessoas, das quais se diz que têm demônios.

Os efeitos desta possessão se evidenciam por loucura, epilepsia e outras enfermidades, associadas principalmente com o sistema mental e nervoso (Mt 9:33; 12:22; Mc 5:4,5). O indivíduo sob a influência de um demônio não é senhor de si mesmo; o espírito fala através de seus lábios ou emudece à sua vontade; leva-o aonde quer e geralmente o usa como instrumento, revestindo-o às vezes de uma força sobrenatural.

Quando examinam as Escrituras, algumas pessoas ficam em dúvida se os demônios devem ser classificados juntamente com os anjos ou não; mas não há dúvida de que na Bíblia, há ensino positivo concernente a cada um dos dois grupos.

Ainda que alguns falem em "diabos", como se houvesse muitos de sua espécie, tal expressão é incorreta. Há muitos "demônios", mas existe um único "diabo". Diabo é a transliteração do vocábulo grego "diabolos", nome que significa "acusador" e é aplicado nas Escrituras exclusivamente a Satanás. "Demônio" é a transliteração de "daimon" ou "daimonion".

2.1- A natureza dos demônios

São seres inteligentes (Mt 8:29,31; 1 Tm 4:1-3; 1 Jo 4:1 e Tg 2:19), possuem características de ações pessoais o que demonstra que possuem personalidade (Mc 1:24; Mc 5:6,7; Mc 8:16; Lc 8:18-31); 
São seres espirituais (Lc 9:38,39,42; Hb 1:13,14; Hb 2:16; Mt 8:16; Lc 10:17,20); 
São reputados idênticos aos espíritos imundos, no Novo Testamento; 
São seres numerosos (Mc 5:9) de tal modo que tornam Satanás praticamente ubíquo por meio desses seus representantes; 
São seres vis e perversos - baixos em conduta (Lc 9:39; Mc 1:27; 1 Tm 4:1; Mt 4:3); 
São servis e obsequiosos (Mt 12:24-27). São seres de baixa ordem moral, degenerados em sua condição, ignóbeis em suas ações, e sujeitos a Satanás.

2.2- As atividades dos demônios

Apossam-se dos corpos dos seres humanos e dos irracionais (Mc 5:8, 11-13);
Afligem aos homens mental e fisicamente (Mt 12:22; Mc 5:4,5);
Produzem impureza moral (Mc 5:2; Ef 2:2);

3. Satanás 

3.1- Sua origem

 Alguns afirmam que Satanás não existe, mas observando-se o mal que existe no mundo, é lógico que se pergunte: "Quem continua a fazer a obra de Satanás durante a sua ausência, se é que ele não existe?"

Satanás aparece nas Escrituras como reconhecido chefe dos anjos decaídos. Ele era originalmente um dos poderosos príncipes do mundo angélico, e veio a ser o líder dos que se revoltaram contra Deus e caíram. De acordo com as Escrituras, Satanás era originalmente Lúcifer ("o que leva a luz"), o mais glorioso dos anjos.

Mas ele orgulhosamente aspirou a ser "como o Altíssimo" e caiu "na condenação (Ez 28:12,19; Is 14:12-15). O nome "Satanás" revela-o como "o adversário", não do homem em primeiro lugar, mas de Deus. Ele investe contra Adão como a coroa da produção de Deus, forja a destruição, razão pela qual é chamado Apolion (destruidor), Ap 9:11, e ataca Jesus, quando Este empreende a obra de restauração. Depois da entrada do pecado no mundo ele se tornou "diabolos" (acusador), acusando continuamente o povo de Deus, Ap 12:10. Ele é apresentado nas Escrituras como o originador do pecado (Gn 3:1,4; Jo 8:44; 2 Co 11:3; 1 Jo 3:8; Ap 12:9; 20:2,10) e aparece como reconhecido chefe dos que caíram (Mt 25:41; 9:34; Ef 2:2). Ele continua sendo o líder das hostes angélicas que arrastou consigo em sua queda, e as emprega numa desesperada resistência a Cristo ao seu reino. É também chamado "príncipe deste mundo" (Jo 12:31; 14:30; 16:11) e até mesmo "deus deste século" (2 Co 4:4). Não significa que ele detém o controle do mundo, pois Deus é quem o detém, e Ele deu toda autoridade a Cristo, mas o sentido é que Satanás tem sob controle este mundo mau, o mundo naquilo em que está separado de Deus (Ef 2:2).


Ele é mais que humano, mas não é divino; tem poder, mas não é onipotente; exerce influência em grande escala, mas restrita (Mt 12:29; Ap 20:2), e está destinado a ser lançado no abismo (Ap 20:10).

3.2- Seu caráter: 

Presunçoso (Mt 4:4,5);
Orgulhoso (1 Tm 3:6; Ez 28:17);
Poderoso (Ef 2:2);
Maligno (Jó 2:4);
Astuto (Gn 3:1; 2 Co 11:3);
Enganador (Ef 6:11);
Feroz e cruel (1 Pe 5:8).

3.3- Suas atividades: 

1. A natureza das atividades: 

Perturbar a obra de Deus (1 Ts 2:18);
Opor-se ao Evangelho (Mt 13:19; 2 Co 4:4);
Dominar, cegar, enganar e laçar os ímpios (Lc 22:3; 2 Co 4:4; Ap 20:7,8; 1 Tm 3:7);
Afligir e tentar os santos de Deus (1 Ts 3:5).

2. O motivo de suas atividades: Ele odeia até a natureza humana com a qual se revestiu o Filho de Deus. Intenta destruir a igreja porque ele sabe que uma vez perdendo o sal da terra o seu sabor, o homem torna-se vítima em suas mãos inescrupulosas.

3. Suas atividades são restritas: Ao mesmo tempo em que reconhecemos que Satanás é forte, devemos ter cuidado de não exagerar o seu poder. Para aqueles que crêem em Cristo, ele já é um inimigo derrotado (Jo 12:31), e é forte somente para aqueles que cedem à tentação. Apesar de rugir furiosamente ele é covarde (Tg 4:7). Não pode tentar (Mt 4:1), afligir (1 Ts 3:5), matar (Jó 2:6), nem tocar no crente sem a permissão de Deus.

7.4- Sua atuação - Não limita suas operações aos ímpios e depravados. Muitas vezes age nos círculos mais elevados como "um anjo de luz" (2 Co 11:14). Deveras, até assiste às reuniões religiosas, o que é indicado pela sua presença no ajuntamento dos anjos (Jó 1:6), e pelo uso dos termos "doutrina de demônios" (1 Tm 4:1) e "a sinagoga de Satanás" (Ap 2:9). Freqüentemente seus agentes se fazem passar como "ministros de justiça" (2 Co 11:15).

7.5- Sua derrota: Deus decretou sua derrota (Gn 3:14,15). No princípio foi expulso do céu; durante a grande tribulação será lançado da esfera celeste à terra (Ap 12:7-9); durante o milênio será aprisionado no abismo (Ap 20:1-3), e depois de mil anos será lançado no lago de fogo (Ap 20:10). Dessa maneira a Palavra de Deus nos assegura a derrota final do mal.

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