domingo, 6 de novembro de 2011

HISTÓRIA E ARQUEOLOGIA DE SAMARIA





SAMARIA E OS SAMARITANOS

Samaria, capital do Reino do Norte, Israel, estava localizada sobre uma colina de 91 metros de altura, a 67 quilômetros ao norte de Jerusalém. Situada a meio caminho do Jordão ao Mediterrâneo, a oriente da planície de Sarom, no alto de um monte alongado e íngreme, a noroeste de Siquém, próximo da entrada da Planície de Sarona e da entrada do Vale de Jezrael em direção a Fenícia. Os reis empreenderam muitas obras na cidade para a tornarem forte, bela e rica. Acabe construiu uma casa de marfim (1Reis 22.39) e também mandou cercar a cidade com grossas muralhas, tornando-a invencível. Construiu ainda, a gosto de sua esposa Jezabel, um monumental templo dedicado a Baal.

HISTÓRIA
Na Idade do Bronze Antigo (3300-2300 a.C.) a região de Samaria possuía a maior concentração de habitantes da região montanhosa do norte da Palestina.

No contexto bíblico, a história pode ser iniciada com a divisão da monarquia de Israel. Com a rejeição do modelo administrativo espolitório de Salomão, representado por seu filho Roboão, Israel foi dividido em dois reinos. Reino do Sul, composto das tribos de Judá e Benjamim, ficando como governantes os descendentes de Davi. Reino do Norte, com o rei Jeroboão filho de Nabat, e composto pelas outras dez tribos. Para realizar a separação religiosa que se concentrava no Templo de Jerusalém, Jeroboão fundou centros de cultos estratégicos em Dã e Betel.

Durante o reinado de Onri e Acabe (882-851 a.C.), Israel foi constantemente ameaçada pelos arameus de Damasco. Nesse período a capital de Israel foi mudada de Siquém para Fanuel, na Transjordânia; logo após para Tersa e, em seguida para Samaria, por Onri (1 Rs 16.23-24). Onri pai de Acabe comprou de um cidadão de nome Semer, um monte onde construiu uma bela cidade. Em homenagem ao seu antigo proprietário, Onri deu a cidade o nome de Samaria (1 Reis 16.24).

A construção de Samaria foi completada por Acabe, e como capital permaneceu por 150 anos.

Foi em Samaria que os profetas Elias e Eliseu exerceram seus ministérios.

Por causa dos constantes pecados de seus moradores, Samaria foi tomada mais tarde, depois de um cerco de cinco anos. O assédio, principalmente por Salmanaser IV, foi concluído por Sargão no ano de 772 a.C. (2 Reis 17.5-6). Os habitantes sofreram horrivelmente durante esse tempo, e esses sofrimentos acham-se descritos pelos profetas Oséias (Oséias 10.5,8-10) e Miquéias (1.6). Este último havia predito que a cidade seria reduzida a um montão de pedras. Subjugada a cidade, Sargão mandou seus habitantes para longe, estabelecendo-os em territórios que ficavam muito longe do país de origem. Em contrapartida trouxe outros povos para habitar as terras despovoadas de Samaria, foi assim que surgiram os samaritanos.

ARQUEOLOGIA

O lugar foi escavado nos anos de 1908 a 1910 pelos doutores G.A Reisner e Clarence S. Fisher, da Universidade de Havard, e outra vez em 1931 a 1 933 e 1935 por J. W. Crowford.

O primeiro nível de ocupação importante foi do rei Onri e de seu filho Acabe. Acabe edificou um palácio ainda mais grandioso para sua nova esposa, Jezabel, e para si mesmo.

Os escavadores desenterraram os fundamentos do palácio de Onri, e os fundamentos e as ruínas ainda maiores do palácio de Acabe no cume da colina de Samaria. Na parte inferior do muro norte do palácio foram encontrados milhares de fragmentos de marfim, muitos dos quais haviam sido arruinados pelo fogo. Uns 30 ou 40 desses marfins foram recuperados em excelente estado de conservação. Em alguns deles estavam representados o loto, os leões, as esfinges e os deuses Ísis e Horus, o que indica a forte influencia do Egito sobre Israel nessa época.

A coleção de marfim incluía peças talhadas de grande variedade e desenho, tanto em tamanho como em decoração. Algumas estavam em “redondo”, outras em placas em baixo-relevo, e outras eram silhuetas ou trabalhos de perfuração. Algumas peças tinham sido lavradas para receber incrustações em cores. Outras tinham sido recobertas de ouro, ou apresentavam incrustações de lápis-lazúli. Estas peças segundo deduziram os escavadores, estavam originalmente incrustadas no trono, nas camas, nos divãs, nas mesas, nos armários, e talvez nas paredes entre as colunas e no teto do palácio. Todos esses achados deram solidez ao relato do livro de 1 Reis 22.39, que mencionou a casa de marfim como uma das proezas de Acabe; ou seja, a residência que ele edificou para si mesmo e para sua rainha Jezabel. Também confirmaram o sermão do profeta Amós (Am 6.1-4; 3.15).

No extremo norte do pátio do palácio de Acabe, os escavadores encontraram um tanque de água feito de cimento, provavelmente, segundo dedução dos escavadores, o “tanque de Samaria” no qual foi lavado o ensangüentado carro de guerra de Acabe (1 Rs 22.38). Dentro de um dos armazéns do palácio foi recuperada a famosa “Óstraco de Samaria”, a qual constava de várias centenas de restos de cerâmica inscritos com tinta. Sessenta e três deles continham escritura bastante legível em hebraico antigo. Todos eles são apontamentos referentes a pagamentos de impostos em azeite e vinho, enviados por indivíduos às despesas do palácio real. Alguns desses mordomos tinham nomes bíblicos, tais como Acaz, Sabá, Nimshi, Abinoam e Gomer.
                      
QUEM ERAM OS SAMARITANOS?

O sentido desta palavra na única passagem do Antigo Testamento (2Rs 17.29), aplica-se a um indivíduo pertencente ao antigo Reino do Norte de Israel. Em escritos posteriores, significa um individuo natural do distrito de Samaria, na Palestina central (Lc 17.11).

De onde veio a raça, ou como se originou a nacionalidade samaritana? Quando Sargom tomou Samaria levou para o cativeiro, segundo ele diz, 27.280 de seus habitantes, deixando ainda alguns israelitas no pais. Sabendo que eles conservavam o espírito de rebelião, planejou um meio de os desnacionalizar, estabelecendo ali colônias de habitantes da Babilônia, de Emate (2Rs 17.24), e da Arábia. Estes elementos estrangeiros levaram consigo a sua idolatria. A população deixada em Samaria era insuficiente para o cultivo das terras, interrompido pelas guerras, de modo que as feras começaram a invadir as povoações e a se multiplicarem espantosamente, servindo na mão de Deus de azorrague para aquele povo. Os leões mataram alguns dos novos colonizadores. Estes atribuíram o fato a um castigo do deus da terra que não sabiam como apaziguar, e neste sentido pediram instruções ao rei da Assíria, que lhes mandou um sacerdote dos que havia entre os israelitas levados para o cativeiro. Este foi residir em Betel e começou a instruir o povo nas doutrinas de Jeová, porém, não conseguiu que os gentios abandonassem a idolatria de seus antepassados. Levantaram imagens de seus deuses nos lugares altos de Israel combinando a idolatria com o culto de Jeová (2Rs 17.25-33).

Este regime híbrido de adoração permaneceu até a queda de Jerusalém.  Asor-Hadã continuou a política de seu avô Sargom (Ed 4.2), e o grande e glorioso Asenafar, que talvez seja Assurbanipal, completou a obra de seus antecessores, acrescentando à população existente, mais gente vinda de Elã e de outros lugares.

A nova província do império assírio decaia. Josias mesmo, ou seus emissários, percorreram todo o país, destruindo por toda a parte os lugares altos (2Cr 34.6,7), onde havia altares da idolatria. O culto pagão decrescia sob a influência dos israelitas que ficaram no país, e por causa do ensino dos sacerdotes. A ação renovadora de Josias foi mais um golpe. Anos depois, alguns dentre os samaritanos, costumavam ir a Jerusalém para visitar o templo e fazer adoração (Jr 41.5). Quando Zorobabel voltou do exílio, trazendo consigo bandos de cativos para Jerusalém, os samaritanos pediram licença para tomar parte na construção do templo, alegando que haviam adorado o Deus de Israel desde os dias de Asor-Hadã (Ed 4.2).

A maior parte dos judeus sentiam repugnância em manter relações sociais e religiosas com os samaritanos. Os samaritanos não tinham sangue puro de hebreus, nem religião judaica.

Diz o historiador judeu Flavio Josefo, que, no tempo em que os judeus prosperavam, os samaritanos pretendiam possuir alianças de sangue com eles, mas em tempos de adversidade, repudiavam tais alianças, dizendo-se descendentes dos imigrantes assírios.

Tendo Zorobabel, Jesua e seus associados rejeitado a oferta dos samaritanos para auxiliar a reconstrução do templo, estes não mais tentaram reconciliação com os judeus, antes pelo contrário, empenharam-se em impedir a conclusão da obra (Ed 4.1-10). Depois procuraram impedir o levantamento dos muros por Neemias, (Ne 4.1-23). O cabeça deste movimento era certo Sambalat o horonita, cujo genro havia sido expulso do sacerdócio por Neemias. O sogro, com certeza, fundou o templo samaritano sobre o monte Gerizim, para servir ao dignitário deposto em Jerusalém. Daqui em diante, todos os elementos indisciplinados da Judéia, procuravam o templo rival de Samaria, onde eram recebidos de braços abertos.

Enquanto durou a perseguição promovida por Antíoco Epifanes contra os judeus, os samaritanos declaravam não pertencer  à mesma raça, e agradavam ao tirano, mostrando desejos de que o seu templo do monte Gerizim fosse dedicado a Júpiter, defensor dos estrangeiros.

Pelo ano 129 a.C., João Hircano tomou Siquém e o monte Gerizim, e destruiu o templo samaritano; porém os antigos adoradores continuaram a oferecer culto no monte onde existiu o edifício sagrado. Prevalecia ainda este costume no tempo de Jesus (Jo 5.20,21). Neste tempo, as suas doutrinas não deferiam muito na sua essência, das doutrinas dos judeus e especialmente da seita dos saduceus. Partilhavam da crença na vinda do Messias (Jo 4.25), mas somente aceitavam os cinco livros de Moisés.

SAMARITANOS CRISTÃOS 
O motivo principal que levou os samaritanos a receber tão alegremente o evangelho pregado por Filipe, foram os milagres por ele operados (At 8.5,6). Outro motivo que sem dúvida concorreu para o mesmo resultado, é que, ao contrário das doutrinas dos judeus, o Cristianismo seguia os ensinos  e os exemplos de seu fundador, Jesus, admitindo os samaritanos os mesmos privilégios que gozavam os judeus convertidos ao Evangelho (Lc 10.29-37; 17.16-18; Jo 4.1-42).


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